quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sónar SP 2012


430620 Festival Sónar São Paulo – programação Festival Sónar São Paulo: programação

Então...estive no Festival Internacional de Música Avançada e New Media Art bla bla bla, ou melhor, Sónar SP de 2012, no segundo dia de apresentações do festival (12 de Maio).
Antes de expor as minhas opiniões, dizer o que achei do festival, é bom dizer que o festival nasceu em Barcelona em 1994 (onde ainda rola anualmente) e, a partir daí, foi se expandindo para outros lugares ao redor do mundo. Por exemplo, Chicago, Hamburgo, Roma, Tóquio e Londres (onde acontece anualmente desde 2002).

O Sónar tem um enfoque um pouco diferente de outros festivais, pois apresenta possibilidades de experimentação musical (isso é sério! Ou vai dizer que você já viu um show de Drone Metal rolando no Rock In Rio? Você sabe o que é Drone? Eu nem sabia o que era Drone Metal antes de ver o show da banda britânica KTL, que rolou no festival, enfim...) e o desejo de se posicionar lado-a-lado com artistas que se posicionam na vanguarda do cenário musical.

Agora, vamos ao que interessa:

Em menos de 24h, eu assisti a cerca de 10 shows, dos quais vou relatar apenas os que mais chamaram a minha atenção.

Munchi
O produtor holandês, de origem dominicana, Munchi

Dos shows que vi nos palcos Village e Club, posso dizer que todos me agradaram, pois os DJ's além de botarem a galera para dançar, faziam pequenas variações no meio das faixas, tirando o tom óbvio da música eletrônica que costumamos escutar por aí. Desses shows, destaco o show do Munchi, principal produtor do gênero conhecido como Moombahton (fusão do Reggaeton porto-riquenho com Dutch House e outros ritmos variados, como Dubstep e, pasmem, Funk Carioca). Na apresentação do Munchi, não tinha como ficar parado, seja pela animação contagiante dele no palco, seja pelas interrupções que ele dava no meio das músicas, antes de vir uma grande explosão, que te botava pra cima a cada vez que acontecia.

E agora vou falar do palco em que fiquei na maior parte do tempo e onde estavam os shows pelos quais eu paguei o ingresso.

Alva Noto & Ryuichi Sakamoto
Alva Noto & Ryuichi Sakamoto

Um dos shows que rolou lá foi o da dupla Alva Noto & Ryuichi Sakamoto. Talvez, você já tenha ouvido falar no segundo nome, já que o compositor japonês é responsável (junto a David Byrne) pela trilha sonora de O Último Imperador, de Bertolucci, vencedor de melhor trilha sonora no Oscar de 1987. Nesse duo, o alemão Alva Noto era responsável pelo instrumental eletrônico e pelas projeções que rolavam como background no palco e Ryuichi, ficava no piano, responsável pela parcela analógica do projeto. O resultado final é uma experiência enbasbacante, hipnotizante com ritmos eletrônicos delicados, sutis, ora mais intensos, permeados pelas notas de piano colocadas por Ryuichi, sendo tudo isso intensificado pela sensação visual das projeções, que sofriam variações de acordo com as mudanças nas músicas.

Mogwai
Os escoceses do Mogwai

E, finalmente, chegou a parte que eu tanto esperava: ver o Mogwai! Infelizmente, não conheço a discografia da banda tão bem quanto gostaria, mas seu último álbum (Hardcore Will Never Die But You Will) foi um dos álbuns que eu mais ouvi no ano passado e seus álbuns Mr. Beast (de 2006) e Young Team (de 1997) são alguns dos meus álbuns preferidos de Post Rock. Mas a verdade é que eu não fazia ideia da força que esses caras tinham no palco. O show do Mogwai é o que NÃO se espera de um show de Post Rock, de um estilo de música atmosférico, com faixas bem extensas, somadas a pitadas de rock n' roll. O show do Mogwai é muito mais "porradeiro" do que se imagina ao ouvir seus álbuns. A intensidade (e carisma) de seu "frontman" Stuart Braithwaite é tão contagiante que durante o show, rolou uma entrega total do público, balançando a cabeça como num show de metal (como eu hehe) ou tirando a camisa (único show do Sonar onde vi isso), ou ainda,  gritando descontroladamente ao ouvir os primeiros acordes daquela música, que você vinha há tanto tempo escutando no seu iPod ou na solidão do quarto, e que agora estavam sendo executadas ali na sua frente, ao vivo! O setlist do show teve mais músicas antigas, mas abriu com duas faixas de seu ótimo último álbum e terminaram o show com Batcat. Sem dúvida, um dos melhores shows que eu já vi!


James Blake
James Blake

Outro show que me gerou uma expectativa enorme e que, na verdade, era até maior do que a expectativa acerca do Mogwai, foi o show do também britânico James Blake. O cara é produtor, DJ, cantor e compositor dos mais finos. E, apesar da enorme quantidade de remixes e músicas próprias, já produzidas, o cara tem apenas 23 anos de idade e ficou famoso por ter popularizado o gênero que vem sendo tão comentado: o Dubstep.

O show dele é, realmente, uma experiência incrível, com sua obssessão por sobreposição de camadas vocais, percussão incessante e distinta com uma guitarra bem aplicada como pano-de-fundo. O cara tem a capacidade de ser inventivo e ainda ser pop, cantar com sentimento, tirar timbres muito bonitos de seus sintetizadores, enfim, muito bom.

Silva
O James Blake brasileiro SILVA

Uma pequena decepção foi quanto ao show do brasileiro SILVA que, na minha opinião, é ainda uma promessa. Há boas ideias ali, sem dúvida e se distingue do resto da cena, pelo uso de sintetizadores, violino e músicas ora alegres, ora suaves (suavidade típica do chillwave). Porém, durante o show, ao menos, elas soam repetitivas, tornando a experiência ao vivo cansativa.

A opinião final sobre o Sonar é a de um ótimo festival, que apresenta artistas relevantes na cena musical atual e serve de alternativa pra quem não é tão adepto do rock, já que é mais ligado à música eletrônica.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | JCPenney Coupons