domingo, 21 de agosto de 2011

Principais álbuns de 2011 - Parte 1


2011 está na metade e só esses 6 meses iniciais já contaram com álbuns e debuts incríveis, dos mais variados artistas e gêneros musicais. Passado esse primeiro semestre, o almostliteners traz para vocês, além de um novo layout que inaugura sua versão 2.0, um breve balanço dos principais álbuns lançados. Por principais, entendam lançamentos ligeiramente fracassados (considerando a opinião dos escritores do site) e discos que consideramos realmente relevantes. Bem, esta é apenas a primeira parte de um projeto maior que tentará falar de um grande número de discos. Aguardem publicações futuras com a nossa lista completa! Abaixo, a lista com nossas humildes opiniões:
                                                   


Para começar, temos o debut desse britânico, lançado dia 7 de fevereiro desse ano. Blake desfia por composições bastante minimalistas e melancólicas, compondo atmofesras eletrônicas e relaxantes. Seu debut conta ainda com uma versão para a música "Limit To Your Love", da cantora Feist, que por acaso também está para lançar álbum esse ano. Destaque para a voz característica de Blake, que lembra muito cantores de música negra. Cantando versos marcantes como "I don't know about my dreams/ I don't know about my dreamin anymore/All that i know is I'm fallin fallin fallin fallin/Might as well fall in", James Blake parece ser uma voz marcante que veio para ficar. O almostliteners fez algumas considerações sobre o disco aqui.


Vale a pena assistir o cantor cantando The Wilhelm Scream, uma das melhores de seu disco:







Demolished Thoughts é o terceiro disco solo do guitarrista da conhecida banda de rock alternativo Sonic Youth. Thurston já havia lançado um disco em 1995 e outro em 2007, sem contar as diversas participações que fez em trabalhos paralelos com outros artistas. O álbum foi produzido pelo igualmente talentoso Beck, e soa como uma versão acústica e adicionada de violinos do Sonic Youth. Destaque para faixas como "Circulation", "Benediction" e "Blood Never Lies".

Abaixo, vídeo feito pela Blogothequé no qual Moore fala sobre a experiência de gravar o disco em Nova York e ainda toca Benediction e Blood Never Lies.








PJ Harvey conta, em minha humilde opinião, com um dos melhores lançamentos de 2011. Para realizar o disco, a cantora mergulhou em livros sobre a história da Primeira Guerra mundial e em como isso afetou seu país, criando um álbum conceitual e com caráter de documento. A sonoridade também mudou – PJ abusa de sua voz e cria uma atmosfera totalmente diversificada do cru (voz e guitarra) que estávamos acostumados em seus discos anteriores. Em alguns momentos chega até a lembrar a própria cantora islandesa Björk.  Altamente recomendado.



Outro disco ótimo, é o dos escoses do Mogwai. Hardcore you never die but you will merece ser ouvido no clima certo. Isso porque as musicais são quase todas ausentes de vocais, sendo também extensas, o que exige uma certa paciência e comprometimento do ouvinte para com o álbum. Post-rock de melhor qualidade, o álbum entra certamente para a listagem de ‘must listening’ desse conjunto de primeiros álbuns lançados em 2011. 



Não faz muito tempo que descobri essa banda incrível através, inclusive, de meu amigo Ricardo, que também escreve aqui no blog. Ouvi o primeiro disco da banda de 2009, homônimo, e fiquei realmente impressionada. A banda consegue recriar climas dos anos 80 de bandas como The Cure e Joy Division. Com um debut sensacional desses, não esperava nada menos do próximo álbum de 2011, e de fato não me decepcionei. Belong supera seu antecessor em alguns pontos, funcionando como um prato cheio para os listeners shoegazers. A banda também fará uma passagem pelo Brasil em setembro desse ano (2011), graças ao excelente site Queremos, que vem trazendo uma série de bandas ótimas para os fãs brasileiros de música alternativa, antes relegados a espera eterna para uma oportunidade de assistirem seus artistas favoritos.


Outro disco que esperei ansiosamente pelo lançamento. Lembro bem que a banda liberou a música que dá título ao álbum em seu site oficial, que é realmente muito boa. Ouvia quase todos os dias. Helplessness Blue prossegue com a linha folk que a banda já havia construído em seu debut homônimo, consolidando o grupo como uma das mais importantes do cenário dito indie atual. Lembra Dylan, lembra The Byrds, o disco é capaz de levar bucolismo através dos ouvidos apenas. Ao final do ano, se fizermos um top com os melhores lançamentos de 2011, certamente o Fleet Foxes vai compor uma das posições iniciais.



Seguindo a linha dos britânicos, temos a grande aposta para uma ‘substituta’ da cantora Amy Winehouse. Adele é a nova queridinha das paradas, contanto com um single de pegada pop incrível, mas nem por isso descartável. Você provavelmente já esteve despropositadamente parado em algum lugar da cidade e de repente ouviu tocar Rolling in The Deep. Por isso, o sucessor de ‘19’ (Sim, Adele nomeia os discos de acordo com sua idade no momento em que foram lançados) é um dos raros exemplos de um trabalho de altíssima qualidade capaz de agradar a todo e qualquer tipo de público, como os Beatles fizeram, unindo o underground e o mainstream. 









Suck It And See é, provavelmente, o álbum que mais ouvi este ano (se não chega a tanto, é algo bem próximo disso, com certeza). Apesar de alguns dizerem que a banda renegou a tal "maturidade" adquirida no álbum passado ("maturidade" que, talvez, se chame "enorme influência de Josh Homme", produtor do álbum e líder da banda Queens Of The Stone Age, com a qual a banda foi comparada devido às músicas de sonoridade mais soturna e densa de Humbug), na minha opinião, Suck It and See (título provocativo, gerando a censura do álbum nos EUA) é a fusão de tudo que a banda já fez durante a carreira (que, acreditem, já chega a 10 anos no ano que vem).

De fato, os meninos de Sheffield retomaram algumas coisas que, aparentemente, tinham ficado nos álbuns anteriores a Humbug (trabalho de 2009) mas em músicas como The Hellcat Spangled Shalala (um dos singles do álbum e minha preferida) pode-se ver um pouco da balada Cornerstone, que estava presente em Humbug. Além disso, as guitarras do disco mostram, claramente, que as influências do Queens Of The Stone Age superam as já tão citadas influências do Strokes (inclusive, em algum momento, as bandas já chegaram a ser comparadas, coisas que nem sequer faz sentido atualmente). Mas, apesar disso, a sonoridade de Suck It and See é mais leve, relaxada e espontânea que a de Humbug, o que dá a possibilidade de a banda reconquistar os fãs que havia decepcionado no último trabalho.

Enfim, Suck It and See, com certeza, é um dos melhores álbuns do ano e, muito provavelmente, vai estar entre os 10 melhores na minha lista, não só dos melhores do primeiro semestre, mas entre os melhores de 2011.




Wasting Light é o retorno do Foo Fighters à sonoridade que conquistou vários fãs em meados dos anos 90. Apesar dos fracos álbuns da década passada, a banda de Dave Grohl mostra que ainda sabe fazer rock n' roll sem deixar de mostrar uma veia mais pop (como em These Days). O álbum, certamente, é o melhor trabalho dos caras desde There Is Nothing Left To Lose de 1999 (sim, já faz um tempinho) e possui músicas que vão agradar a todos que curtem um rock n' roll franco e sem firulas, com típicos refrões do Foo Fighters (não dá pra explicar como eles são, só ouvindo pra entender haha), como em Rope. Já em White Limo, há uma pegada mais pesada, com um refrão berrado por Dave Ghrol. Além disso, há bons refrões como em Arlandria, Bridge Burning e A Matter Of Time.

Quem acompanhou o processo de realização do álbum sabe que o mesmo foi gravado na garagem da casa de Grohl, de forma analógica, para parecer mais cru mesmo, mais rock n' roll, como se a banda estivesse voltando às suas raízes e a uma estrutura mais simples, depois de ter lotado o estádio de Wembley e ter se tornado uma das maiores bandas de rock do planeta com sucessos como Best Of You e Times Like These (principalmente, a segunda, que não saía das rádios, tanto em versão de estúdio como em versão acústica). Pode-se entender esse retorno às origens de duas formas:

1ª forma: A banda realmente sentiu falta de fazer as coisas de forma mais simples depois de gravar em grandes estúdios, com produtores bem pagos e de tocar em grandes estádios. Talvez, realmente tenha sido a simples vontade de ter mais controle do processo de produção do álbum também, fazendo as coisas do jeito que eles bem entenderem.

2ª forma: Sabendo da falta de qualidade dos últimos álbuns e percebendo que apesar de estar agregando novos públicos está perdendo a fidelidade dos antigos fãs, que curtiram os primeiros álbuns da banda, a banda fez de tudo para que a sonoridade fosse mais sincera, numa tentativa desesperada de recuperar seus fãs mais relevantes (assim como o Metallica fez em seu último álbum, Death Magnetic).

Mas, no final das contas, é um ótimo álbum se você for fã da banda e não tiver preconceitos com refrões mais fáceis e uma sonoridade mais pop, por vezes, sendo uma das boas surpresas de 2011.


Continua...


 
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